Claudio Cesar – 20 anos é a exposição
em cartaz a partir desta quinta feira (02), no Espaço Cultural dos Correios, no
Centro de Fortaleza. A mostra reúne 27 trabalhos, entre pinturas, desenhos e
esculturas, que representam a trajetória do artista plástico de estilo
“figurativo abstrato”, como ele próprio se define. Claudio César era um
inquieto advogado, que desenhava compulsivamente na capa dos processos e até
nas peças dos autos, nas suas idas e vindas ao fórum. Até que um dia, jogou
tudo para o ar, para se dedicar às artes plásticas.
O carioca de nascimento Claudio Cesar
é um dos mais produtivos e respeitados artistas em atuação no Ceará. Sua obra é
composta de crônicas sociais urbanas, onde o drama e o bom humor dialogam sem
problemas. A temática é plural e diversa, pervertida e perversa, mas quase
sempre traz o homem em suas relações conflituosas consigo mesmo e com o outro.
O tempo é o contemporâneo, o espaço é o do cotidiano – ou o contrário, se
preferir. “Viajo entre o cínico e o onírico”, explica o artista, deixando
escapar uma pincelada de escracho.
O figurativo debochado de Claudio
Cesar pode ser visto claramente desde as primeiras produções de sua carreira.
Como em Teclado em Noite Lisérgica, uma abordagem underground sobre
a arte e a solidão. Ou em Madona no Brasil, em que uma vaca
conversa com uma pop star de seios avantajados, chamando-a de
“colega”. Entre os destaques apontados pelo autor na exposição, estão Decífra-me (acrílica
sobre tela, 0,80m x 1,60m), Só Sei que Era Perto de Sobral (nankin
sobre papel canson, 0,30m x 0,42m) e a escultura em argila Godiva.
Claudio Cesar é o autor do painel da
cearensidade, em exposição permanente na entrada do plenário 13 de Maio, da
Assembleia Legislativa. Seus trabalhos estão em coleções e galerias em todo o
país. Participou e foi premiado em salões importantes, como a Unifor
Plástica. A exposição Cláudio César – 20 anos é um dos sete projetos
contemplados na seleção de patrocínio cultural para compor a
programação do equipamento cultural dos Correios em Fortaleza. A estatal está
destinando R$ 10 milhões para o patrocínio de 62 projetos culturais.
Claudio Cesar: Sou um descricionista
O artista plástico carioca radicado em
Fortaleza, Claudio Cesar, não se amarra a regras, nem às gramaticais, como se
vê pela ausência de acentos no nome composto que carrega. Até parece que são
dois artista vivendo em um só corpo, o Claudio e o Cesar, tamanha é a
eloquência de sua obra. Desta vez, ele abriu o acervo pessoal, como quem viaja
para dentro de se mesmo. E reencontrou-se com sua carreira, que completa duas
décadas. O momento está sendo marcado com a exposição Claudio Cesar – 20 Anos,
em cartaz de 2 de agosto a 22 de setembro, no espaço cultural dos Correios. Na
entrevista a seguir, ele fala da mostra, de sua obra, do momento em que se
assumiu como artista e dos novos planos.
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